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Dinâmica da cobertura da terra e carbono em 55 assentamentos na Amazônia Legal entre 2008 e 2016_ implicações para políticas de mudanças climáticasBaixar
Metadados
Título
Dinâmica da cobertura da terra e carbono em 55 assentamentos na Amazônia Legal entre 2008 e 2016: implicações para políticas de mudanças climáticas
Descrição
Nesse estudo descrevemos a dinâmica de cobertura da terra e de estoques e emissões brutas de carbono (C) em 55 assentamentos na Amazônia Legal, situados em 22 municípios do norte de Mato Grosso, entre julho de 2008 e julho de 2016 e discutimos suas implicações para políticas de mudanças climáticas. A estimativa de C foi baseada na mudança da cobertura da terra, obtida por processamento de imagens Spot, Sentinel e Landsat e visitas de campo, e dados secundários de valores médios de carbono por classe de vegetação. Considerando a cobertura potencial da vegetação, ou seja, a cobertura hipotética antes da ação antrópica na área, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os 55 assentamentos eram originalmente cobertos por 685 mil ha de vegetação nativa (103 Teragrama (Tg) de C). O desmatamento até 2016 (ocorrido antes e depois de 2008) foi superior a 65% da área de cobertura nativa. A maior parte dele (77%) ocorreu até 2008. Embora a restauração de áreas consolidadas (desmatadas antes de julho de 2008) não seja obrigatória, ela pode gerar receita com créditos de carbono, cotas de reserva ambiental, manejo florestal e agrosilvicultura. A área desmatada por assentamento até 2008 teve forte relação com a taxa de desmatamento por assentamento entre 2008 e 2016. Isso sugere que, os que desmataram muito até 2008 tendem a continuar a desmatar. A taxa de desmatamento anual entre 2008 e 2016 foi de 12,7 mil hectares (ha). Caso permaneça a mesma, toda a vegetação nativa da área terá sido suprimida em menos de duas décadas. Em geral, os assentamentos da modalidade de Projetos de Desenvolvimento Sustentável tiveram menor desmatamento, o que indica que é possível associar reforma agrária e desenvolvimento econômico e social com a conservação da floresta amazônica. Contudo, é preciso fortalecer as políticas voltadas para o pagamento de serviços ambientais e para os produtos da floresta em pé (manejo florestal de baixo impacto e de recursos não madeireiros). Para isso, é essencial a integração de esforços do governo federal, estadual, municipal e do mercado.
Tipo de documento
Artigo
Autor(es)
Iris Roitman | Rômulo José da Costa Ribeiro | Tamiel Khan Baiocchi Jacobson | Luciana Silva Estevam | Nívea Jorgia Silva Marcondes | Reinaldo José de Miranda Filho | Ludgero Cardoso Galli Vieira | Sílvia Starling Assad | Mário Lúcio Ávila
Assunto
Amazônia | Uso da terra | Reforma Agrária | Regularização ambiental
Natureza do suporte
Versão eletrônica
Eixo temático
Taxonomia
Nome do periódico
Confins
Evento
Dossiê Políticas e mudanças climaticas
Ano
2020
Número
46
Número de páginas
19
Idioma
Português
ISSN
1958-9212
Acesso ao documento
Referência
ROITMAN, Iris et al. Dinâmica da cobertura da terra e carbono em 55 assentamentos na Amazônia Legal entre 2008 e 2016: implicações para políticas de mudanças climáticas. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 46, 2020.